...EZOOGNÓSIA

 

Tronco

 

No tronco, as diferentes regiões devem ser avaliadas de perfil, separadamente e em conjunto.

 

Cernelha

É a denominação zootécnica para o processo espinhoso das vértebras torácicas. A cernelha é utilizada para verificar a altura dos animais domésticos e, especificamente nos eqüinos, serve de apoio na acomodação da parte anterior da sela, impedindo que esta fique solta no dorso e sujeita à rotação. Para esta função é necessário uma cernelha bem conformada: relativamente alta e longa com boa cobertura muscular. Quando apresenta-se inaparente é indesejável, pois não acomoda de maneira correta a sela. Apresentando-se excessivamente alta também é inconveniente, podendo sofrer lesões no momento da utilização da sela.
 

Dorso e Costado

O dorso é a região da coluna vertebral associada às vértebras torácicas inseridas no esterno, que oferece maior sustentação ao peso do cavaleiro. Esta região deve ser avaliada de perfil, onde devem ser observadas as seguintes características:

 

Direção: deve ser quase que paralelo ao solo ou ligeiramente em aclive quando dirigido para o lombo e garupa.

Forma: deve ser médio nos cavalos de sela, resultando em costelas com bom arqueamento e profundidade. Nos cavalos de tração, largo, curto e relativamente profundo, indicando uma constituição robusta. É indesejável que a região dorsal se apresente cortante, isto é, com proeminência do processo espinhoso das vértebras dorsais.

O costado é a região referente aos arcos costais (costelas) e em conjunto com o dorso sustenta maior parte do peso do cavaleiro. Esta região também refere-se ao tórax que aloja os pulmões e coração. Desta forma, o arqueamento lateral do costado é desejável porque indica maior capacidade cardíaca e respiratória. Além do arqueamento, também é desejado profundidade, que é a distância entre a linha dorso-lombar e o ventre.

 

Lombo e Flanco (Vazio)

As vértebras lombares do lombo são flutuantes, isto é, não há inserção no osso esterno. Esta particularidade não permite a esta região a sustentação adequada de peso. O lombo deve ser contínuo ao dorso e não deve ser côncavo nem convexo.

O flanco é a região imediatamente abaixo do lombo e não apresenta arcos costais e, consequentemente, não auxilia na sustentação do peso do cavaleiro.  Devido a isto, o lombo deve ser curto, proporcional ao dorso e musculoso.linha dorso-lombar.

 

Linha Dorso-Lombar

A direção da linha dorso-lombar é uma característica funcional e racial. Funcional, porque oferece sustentação ao peso do cavaleiro, portanto, deve ser paralela ao solo imediatamente após a cernelha e em ligeiro aclive em direção à garupa. O desvio mais frequente nos cavalos é a lordose (selado ou côncavo), os menos frequentes são a cifose (convexo) e a escoliose (em "s" quando observada de cima). Racial, porque na aptidão esportiva (velocidade) são encontrados animais com a LDL em aclive para a garupa e na aptidão andamentos com LDL paralela ao solo.

 

Ancas

As ancas referem-se às tuberosidades ilíacas e devem ser observadas de perfil e de trás. A principal característica é a simetria, além da amplitude que deve ser proporcional ao tronco. Constitui defeito grave os indivíduos com ancas assimétricas em seu posicionamento, estes são denominados zootécnicamente de náfegos.

 

Garupa

        A região denominada de garupa envolve todos os ossos pélvicos (íleos, ísqueos e púbis), desde as ancas até as nádegas. Deve ser avaliada tanto de trás quanto de perfil, onde são identificados os diferentes tipos e direções.

        Tipo: O tipo de garupa depende do desenvolvimento da musculatura nesta região e pode ser:

        Simples: quando a convexidade na porção superior da garupa é única. Presente na maioria das raças de sela.

        Dupla: quando a convexidade é dupla e apresenta grande desenvolvimento muscular. Presente nas raças de tração e em algumas raças de sela que possuem aptidão para arranque e velocidade, como o P.S.I. e o Quarto de Milha.

        Cortante: quando as ancas apresentam-se em nível abaixo da porção média da garupa (osso Sacro), apresenta-se na forma triangular quando observada de trás. É aceitável somente em éguas que se apresentam próximas ao momento do parto, em outras categorias é indesejável.

        Direção: A direção da garupa deve ser avaliada de perfil. Para melhor compreensão desta característica traça-se uma linha imaginária que une a anca com a ponta da nádega e quando projetada apresenta um ângulo com a horizontal, que determina a direção. Assim temos:

        Horizontal: quando a linha imaginária forma um ângulo de aproximadamente 25º com a horizontal;

        Inclinada:  quando forma um ângulo de aproximadamente 35º com a horizontal;

        Oblíqua: quando o ângulo formado é de aproximadamente 45º com a horizontal;

        A direção da garupa está, relativamente, relacionada com a aptidão do cavalo, onde garupa horizontal ou inclinada são indicadas à sela, seja passeio, esporte ou trabalho e a oblíqua para animais de tração média e pesada. Garupa com inclinação ausente ou acentuada (derreada) são sempre indesejadas.

 

Peito

O peito deve apresentar-se largo e forte com boa musculatura, indicando tórax bem desenvolvido.

 

 

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